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O topónimo “Vilar”, deriva do latim “villaris” ou “villare” que é um diminutivo de “villa” que significava, no latim clássico, uma casa de campo ou vivenda dum senhor, incluindo as habitações dos trabalhadores, os estábulos e celeiros e respetivos terrenos agrícolas envolventes; correspondendo, aproximadamente, a uma quinta atual de grande extensão.

Até à Idade Média, as parcelas das Villas cultivadas por rendeiros tinham várias designações entre as quais a de villares. Vilar era, portanto, a parcela de uma villa com as suas terras de amanho e as casas dos cultivadores. Tal deverá ter sido a origem do nome desta freguesia.

O território da freguesia de Vilar, na alta Idade Média nacional, era, administrativamente, um domínio do Castelo de Óbidos.

A primeira referência histórica, conhecida, à freguesia de Vilar, encontra-se na carta de doação da vila de Cadaval, passada pelo rei D. Fernando, no dia primeiro de dezembro de 1371, a D. Afonso Telo de Meneses, conde de Barcelos. Descrevendo o termo da vila que doava, diz: “…e outrossim lhe damos e outorgamos por termo, o território e aldeia de Vilar com todas as outras aldeias, casais, quintas e herdades e com todos os outros lugares que são da freguesia de Santa Maria, do dito lugar de Vilar.”

No numeramento (recenseamento) de 1527, mandado fazer pelo rei D. João III, encontra-se uma nova referência ao Vilar e aos lugares da freguesia: “Aldeia de Vilar, 27 vizinhos – casais de Palhais e Seixo, 4 – Casal de Zorrieira e Quinta da Trindade, 3 – casal do Pereiro, 3 – casal da Tojeira, 3 – aldeia de Vila Nova, 11 – aldeia do Carvalhal 10.” Nesta altura, o termo “vizinhos” tinha o significado equivalente ao termo atual, fogos.

Uma outra fonte para a história da freguesia de Vilar, é a resposta do padre António José Palhano ao Inquérito do Marquês de Pombal, datada de 18 de maio de 1758. Neste documento pode ler-se o seguinte: “(…) Tem este lugar e freguesia 93 fogos e 317 pessoas da idade de 7 anos para cima. (…) O orago desta igreja é Nossa Senhora da Expectação que está no altar mor e nos dois laterais está na parte da esquerda o Santíssimo e da direita Nossa Senhora do Carril. (…) É pároco, cura da apresentação do Prior do Vale Benfeito, religioso de São Jerónimo e dos beneficiados da igreja de Santiago da vila de Óbidos. Tem de côngrua o dito cura um moio de trigo, meio moio de cevada, um tonel de vinho de duas pipas, que se lhe satisfaz das dízimas pertencentes à dita igreja Prioral; tocam mais ao dito cura as suas benesses e pé de altar. (…) No terramoto de 1755, padeceu este lugar e os demais da freguesia alguma ruína que se tem reparado; exceto a que teve esta igreja que se acha no mesmo estado (…)”.

Em 1866, o abade de Miragaia diz desta freguesia o seguinte: “Compreende grande parte da serra de Montejunto (…). Como todas as deste concelho e dos concelhos limítrofes sofreu

muito por ocasião da Guerra Peninsular, nomeadamente desde que o general Massena acampou com os seus oitenta mil homens ao norte das Linhas de Torres Vedras, desde outubro de 1810 até março de 1811. Mal se imagina hoje o estado a que ficaram reduzidos estes povos”.

Desde 26/09/1895 até 13/01/1898, pela extinção do concelho de Cadaval, a freguesia de Vilar esteve anexada ao de Alenquer, voltando novamente ao primeiro, aquando da sua restauração. Nos anos trinta, foram incorporadas na freguesia de Vilar as aldeias de Avenal e Rechaldeira.

A freguesia de Vilar compreende atualmente, os lugares de Arrabalde, Avenal, Carvalhal, Palhais, Pereiro, Rechaldeira, Seixo, Tojeira e, ainda, alguns casais.