Freguesia
Caracterização
Vilar é uma freguesia portuguesa do concelho do Cadaval (região Oeste e Vale do Tejo), com 16,93 km2 de área e cerca de 1565 habitantes (2021), sendo cerca de 1/5 desta área correspondente a área baldia na Serra de Montejunto, propriedade da Assembleia de Compartes dos Baldios da Freguesia de Vilar, constituída em 2012.
Situada no limite sul do concelho do Cadaval, esta freguesia é atravessada pela EN 115 que a liga aos concelhos de Alenquer e Torres Vedras, com os quais faz fronteira. Internamente, faz fronteira com Pero Moniz e Lamas.
A Freguesia de Vilar é constituída por diversas povoações e lugares, nomeadamente Arrabalde, Avenal, Carvalhal, Palhais, Pereiro, Rechaldeira, Seixo, Tojeira, Vila Nova e Vilar.
Resumo Histórico
O topónimo “Vilar”, deriva do latim “villaris” ou “villare” que é um diminutivo de “villa” que significava, no latim clássico, uma casa de campo ou vivenda dum senhor, incluindo as habitações dos trabalhadores, os estábulos e celeiros e respetivos terrenos agrícolas envolventes; correspondendo, aproximadamente, a uma quinta atual de grande extensão.
Até à Idade Média, as parcelas das Villas cultivadas por rendeiros tinham várias designações entre as quais a de villares. Vilar era, portanto, a parcela de uma villa com as suas terras de amanho e as casas dos cultivadores. Tal deverá ter sido a origem do nome desta freguesia.
O território da freguesia de Vilar, na alta Idade Média nacional, era, administrativamente, um domínio do Castelo de Óbidos.
A primeira referência histórica, conhecida, à freguesia de Vilar, encontra-se na carta de doação da vila de Cadaval, passada pelo rei D. Fernando, no dia primeiro de dezembro de 1371, a D. Afonso Telo de Meneses, conde de Barcelos. Descrevendo o termo da vila que doava, diz: “…e outrossim lhe damos e outorgamos por termo, o território e aldeia de Vilar com todas as outras aldeias, casais, quintas e herdades e com todos os outros lugares que são da freguesia de Santa Maria, do dito lugar de Vilar.”
No numeramento (recenseamento) de 1527, mandado fazer pelo rei D. João III, encontra-se uma nova referência ao Vilar e aos lugares da freguesia: “Aldeia de Vilar, 27 vizinhos – casais de Palhais e Seixo, 4 – Casal de Zorrieira e Quinta da Trindade, 3 – casal do Pereiro, 3 – casal da Tojeira, 3 – aldeia de Vila Nova, 11 – aldeia do Carvalhal 10.” Nesta altura, o termo “vizinhos” tinha o significado equivalente ao termo atual, fogos.
Uma outra fonte para a história da freguesia de Vilar, é a resposta do padre António José Palhano ao Inquérito do Marquês de Pombal, datada de 18 de maio de 1758. Neste documento pode ler-se o seguinte: “(…) Tem este lugar e freguesia 93 fogos e 317 pessoas da idade de 7 anos para cima. (…) O orago desta igreja é Nossa Senhora da Expectação que está no altar mor e nos dois laterais está na parte da esquerda o Santíssimo e da direita Nossa Senhora do Carril. (…) É pároco, cura da apresentação do Prior do Vale Benfeito, religioso de São Jerónimo e dos beneficiados da igreja de Santiago da vila de Óbidos. Tem de côngrua o dito cura um moio de trigo, meio moio de cevada, um tonel de vinho de duas pipas, que se lhe satisfaz das dízimas pertencentes à dita igreja Prioral; tocam mais ao dito cura as suas benesses e pé de altar. (…) No terramoto de 1755, padeceu este lugar e os demais da freguesia alguma ruína que se tem reparado; exceto a que teve esta igreja que se acha no mesmo estado (…)”.
Em 1866, o abade de Miragaia diz desta freguesia o seguinte: “Compreende grande parte da serra de Montejunto (…). Como todas as deste concelho e dos concelhos limítrofes sofreu muito por ocasião da Guerra Peninsular, nomeadamente desde que o general Massena acampou com os seus oitenta mil homens ao norte das Linhas de Torres Vedras, desde outubro de 1810 até março de 1811. Mal se imagina hoje o estado a que ficaram reduzidos estes povos”.
Desde 26/09/1895 até 13/01/1898, pela extinção do concelho de Cadaval, a freguesia de Vilar esteve anexada ao de Alenquer, voltando novamente ao primeiro, aquando da sua restauração. Nos anos trinta, foram incorporadas na freguesia de Vilar as aldeias de Avenal e Rechaldeira.
A freguesia de Vilar compreende atualmente, os lugares de Arrabalde, Avenal, Carvalhal, Palhais, Pereiro, Rechaldeira, Seixo, Tojeira e, ainda, alguns casais.
Símbolos Heráldicos
Brasão: escudo de outro, armação de moinho de negro, vestida de púrpura, acompanhada nos flancos e nos cantões, à dextra de um ramo de pereira de verde, frutado de vermelho e, à sinistra, de um ramo de parreira, de verde, frutado de púrpura; em campanha, um monte de dois cômoros de verde. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “VILAR – CADAVAL”.
Bandeira: púrpura. Cordão e borlas de ouro e púrpura. Haste e lança de ouro.
Selo: nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Vilar – Cadaval”.
Justificação dos Símbolos:
Ramo de Pereira e Parreira: Nos flancos e nos cantões, à dextra, um ramo de pereira de verde, frutado de vermelho e, à sinistra, um ramo de parreira de verde, frutado de púrpura.
Representam a primazia das atividades de carácter rural na economia da freguesia de Vilar, com especial destaque para a produção de pera rocha e de vinho.
Armação de Moinho: Em abismo, uma armação de moinho de negro, vestida de púrpura.
Representa o património cultural e edificado na freguesia.
Monte: Em campanha, um monte de dois cômoros de verde.
Representa a localização da freguesia, na área da Serra de Montejunto.
Parecer da Comissão de Heráldica emitido em 27 de fevereiro de 2002, nos termos da Lei 53/91 de 7 de agosto.
Publicado em Diário da República – III Série, nº 175 – 31 de julho de 2002.
Os Símbolos Heráldicos da Freguesia de Vilar encontram-se registados na Direção Geral das Autarquias Locais com o nº 281/2002 de 17 de outubro e foi feita a sua apresentação pública no dia 16 de dezembro de 2002.
Paróquia
(se calhar ficava bem como informação fazer 1 pequeno “calendário” a dizer que no 1º sábado missa no Pereiro, 2º Vila Nova/Tojeira, 3º Avenal, 4º Palhais e 5º, quando há, Rechaldeira, todos os domingos Vilar – sujeito a confirmação)
Igreja Matriz de Vilar – Nossa Senhora do Ó ou da Expectação – Vilar
A igreja matriz de Vilar já existia, pelo menos, no século XIV, tendo sofrido alterações e a sua inauguração ocorreu em 26 de julho de 1953. A atual igreja, inspirada no formulário da religiosa medieval, foi construída no local da antiga igreja (demolida em 1947). São raras as igrejas com a invocação a Nossa Senhora do Ó, também conhecida por Nossa Senhora da Expectação, assim como as respetivas imagens que representam a gravidez de Nossa Senhora, de iconografia medieval e praticamente desaparecidas ou ocultadas após as determinações tridentinas.
Capela de Nossa Senhora da Ajuda – Avenal
Erguida em honra de Nossa Senhora da Ajuda, a capela é o edifício arquitetónico de maior relevo que se pode visitar nesta localidade. Foi remodelada no século XX e desconhece-se a data da sua construção. Tinha um retábulo em madeira no altar-mor, que foi retirado.
Igreja de São Miguel – Pereiro
A igreja foi construída em 1611 (tal como inscrito na cúpula do altar mor), tendo como padroeiro São Miguel Arcanjo, estimando-se que a imagem existente seja mais antiga do que a própria igreja, talvez da época de 500.
Capela do Sagrado Coração de Jesus – Tojeira
A capela foi erigida, com muito esforço e dedicação de todos os populares, consagrada ao Sagrado Coração de Jesus, tendo sido inaugurado em 15 de julho de 2000. Este bonito templo religioso, de arquitetura contemporânea, acolhe, em retiros, jovens de toda a região que nele encontram serenidade e tranquilidade, que só estas belas paisagens podem proporcionar.
Capela de Nossa Senhora da Conceição – Vila Nova
A padroeira desta localidade é Nossa Senhora da Conceição, sendo a capela aí existente da invocação do Espírito Santo, junto à qual se situa o segundo cemitério da freguesia. A data da capela é desconhecida, existindo na mesma uma pedra tumular, que estava colocada no seu centro, pertencente ao Padre Manuel Nunes Nobre, datada de 1723.
Capela de Nossa Senhora da Conceição – Rechaldeira
A capela da localidade de Rechaldeira foi inaugurada a 11 de outubro de 1953, sendo o seu orago a Nossa Senhora da Conceição.
Associações / Coletividades
ADRM Avenal – Associação Desportiva Recreativa e de Melhoramentos do Avenal
A Associação Desportiva Recreativa e de Melhoramentos do Avenal foi fundada em 24 de maio de 1978, fruto de muito trabalho, empenho e força de vontade de todos os habitantes.
ARCDM Pereiro – Associação Recreativa Cultural Desportiva de Melhoramentos do Pereiro
A Associação Recreativa Cultural Desportiva de Melhoramentos do Pereiro, fundada em 04 de dezembro de 1979, é o único ponto de encontro de toda a população, funcionando, atualmente, apenas ao fim de semana devido às enormes despesas que acarreta e à fraca receita que produz.
O evento mais significativo que é levado a cabo por esta Associação é a Festa dos Reis, acontecimento que, durante séculos, se tem realizado ininterruptamente. Estas celebrações tiveram início no século XIII com a vinda dos monges Franciscanos. Na noite de 5 para 6 de janeiro todas as casas têm as suas portas abertas e convidam os visitantes a restaurar forças, enquanto os “pintores” pintam as iniciais BRM (Bons Reis Magos), o ano e a Estrela de David. No dia 6 de janeiro tem lugar o tradicional almoço, preparado pelas pessoas da localidade, que, muitas vezes, fazem direta, uma vez que a noite termina já de manhã. Seguidamente, a tarde é preenchida com animação musical, na sede da Associação, já terminando de noite.
ACS Tojeira – Associação Cultural e Social da Tojeira
A Associação Cultural e Social da Tojeira, inaugurou oficialmente a sua sede, em 12 de abril de 1984. Esta associação nasceu da necessidade dos Tojeirenses terem um local onde se pudessem reunir e confraternizar.
AMCD Vila Nova – Associação de Melhoramentos, Cultural e Desportiva de Vila Nova
A Associação de Melhoramentos, Cultural e Desportiva de Vila Nova, foi, oficialmente constituída a 02 de setembro de 1987, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos habitantes de Vila Nova, Arrabalde e Carvalhal, sendo um local de encontro e confraternização.
UAP – União dos Amigos de Palhais
A União dos Amigos de Palhais foi fundada em 26 de dezembro de 1970, sendo a sede inaugurada a 30 de dezembro de 1995.
Grupo Nacional de Escutas – Agrupamento nº 601 – Vilar
O Agrupamento 601 de Vilar do Corpo Nacional de Escutas foi instituído em 1977 e resultou do entusiasmo de um grupo de jovens que, no pós 25 de abril, deu asas a um sonho, trabalhando em prol dos jovens e da sociedade. O movimento escutista do Vilar é, hoje, uma referência dentro e fora da nossa freguesia/paróquia. Prova disso é a procura crescente que o agrupamento tem tido por parte dos encarregados de educação de crianças, não só de Vilar, mas das localidades vizinhas e, até, encaminhamento de crianças por parte de técnicos de saúde e desenvolvimento infantil. No dia 09 de outubro de 2010 foi celebrado contrato de comodato entre o Município de Cadaval e o Agrupamento 601, referente à cedência do edifício da Escola Primária de Vilar a estes últimos, a fim de aí instalar a sua sede e espaço de atividades.
GDV – Grupo Desportivo Vilarense
O Grupo Desportivo Vilarense é uma instituição fundada em 25 de julho de 1945, de cariz desportivo, fazendo parte das suas atividades o Futebol de 11, Futsal e Ginástica, atualmente, apenas com Futsal. É possuidor de uma biblioteca, onde podem ser requisitados diversos livros. Tem, nas suas instalações, a funcionar a Associação Musical Vilarense e é também nas suas instalações que funciona o atual Centro de Saúde e outras mais valências.
AMV – Associação Musical Vilarense
A Associação Musical Vilarense, a funcionar nas instalações do Grupo Desportivo Vilarense, constituída em 02 de agosto de 1979, sendo os seus objetivos o incentivo do gosto pela música e ministrar o ensino musical, conduzindo à formação de músicos, proporcionando melhor aproveitamento dos tempos livres.
AMFV – Associação Mutualista da Freguesia de Vilar
A Associação Mutualista da Freguesia de Vilar surgiu da ideia de um grupo de alguns vilarenses em constituir uma associação de socorros. Após a tomada desta decisão, foi consultada a população, através de um inquérito, onde cerca de 95% respondeu positivamente. A partir deste primeiro passo foram tomadas várias diligências e em 08 de agosto de 2005 foi constituída, oficialmente. Após a sua constituição ainda havia muito a fazer e é só em 17 de fevereiro de 2010 que inicia, finalmente, o serviço regular de Transporte de Doentes.
Rancho Folclórico de Vilar
O Rancho Folclórico de Vilar foi oficialmente fundado em 03 de março de 1981, tendo nascido de uma brincadeira de Carnaval, da qual se gerou um tal entusiasmo que se pensou formar um rancho, com carater definitivo. Atualmente, sob a designação de Ranho Folclórico de Vilar, existe um Grupo de Cantares Tradicionais, “Vilar a Cantar”, que vai mantendo as nossas tradições vivas.
APEE Vilar – Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos das Escolas da Freguesia de Vilar
A Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos das Escolas da Freguesia de Vilar foi fundada em 2003, tendo por objetivo melhorar as condições de estudo, físicas e pedagógicas, de todos os alunos que frequentam as escolas da freguesia.
CRASM – Centro de Recuperação de Animais Selvagens do Montejunto
O Centro de Recuperação de Animais Selvagens do Montejunto – CRASM, fundado a 1 de setembro de 2007, sendo um projeto conjunto da Quercus, Junta de Freguesia de Vilar e Grupo de Escuteiros de Vilar. Podemos observar diversas espécies em convalescença, para, futuramente serem libertadas na natureza, depois de devidamente analisadas e recuperadas. As visitas são apenas possíveis por marcação ou em “dia aberto”, dias específicos organizados pelo Centro, que poderão ser para visita ao Centro de Recuperação ou determinada localização para libertação das aves após a sua recuperação.
VEM – Associação Vilar em Movimento
A Associação Vilar em Movimento – VEM, constituída em 17 de abril de 2014, tem como missão a realização de eventos culturais e recreativos, promoção do desenvolvimento e melhoramento do Vilar. É, atualmente, em conjunto com a Associação de Pais, Movimentos Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente e Grupo Cénico de Vilar, comodatária do edifício do Antigo Jardim Infantil de Vilar. Ao organizar diversos eventos, tem vindo a angariar fundo com a finalidade de dotar de condições de convívio e partilha, o espaço que lhe foi confiado.
Cáritas Paroquial de Vilar
caritasvilar@gmail.com // https://sites.ecclesia.pt/caritas.pt/caritasvilar/
A Cáritas Paroquial de Vilar é uma IPSS localizada na freguesia de Vilar, que atua no âmbito da ação social na prestação de serviços aos idosos, nomeadamente através da estrutura residencial para idosos, centro de dia e apoio domiciliário, bem como instituição mediadora na distribuição de alimentos do Banco Alimentar à população carenciada.
Assembleia de Compartes dos Baldios da Freguesia de Vilar
assembleiadecompartesdevilar@gmail.com
APAS Floresta – Associação de Produtores Florestais
A APAS Floresta é uma associação de proprietários e produtores florestais fundada em 2003, com a missão de dinamizar o associativismo florestal, defendendo e promovendo os interesses dos seus associados na preservação e valorização dos recursos florestais. Iniciou atividade com principal área de intervenção a região Oeste, contudo, com a expansão do Grupo de Gestão Florestal Certificada da APAS Floresta, atuam em todo o território nacional.